Muitos estudos tem demonstrado o impacto da obesidade como fator de risco de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Além disso, ela está associada à redução na produtividade, maiores custos em assistência médica, maiores taxas de absenteísmo e condições ocupacionais.
Apesar disso, é um tema pouco abordado no planejamento das ações e programas no ambiente corporativo. Em geral, há atividades pontuais como palestras, ações educativas ou encaminhamentos isolados para tratamento nutricional, por exemplo. Há poucas ações para reduzir o ambiente “obesogênico” nas organizações, como os cardápios pouco saudáveis dos coffee breaks ou dos refeitórios, reuniões intermináveis em que as pessoas ficam horas sentadas e inativas e as máquinas de venda automática repletas de “junk food”.
Sabe-se que a obesidade é uma doença multifatorial e muitas vezes silenciosa, e se não prevenida e cuidada corretamente, tem um impacto importante na vida das pessoas. Sua prevenção e tratamento requerem uma abordagem multiprofissional e transdisciplinar, com o apoio de várias áreas.
A obesidade é uma doença crônica cujo avanço tem se dado de forma acelerada em todo o mundo nos últimos anos. No Brasil, a situação não é diferente. De acordo com dados da pesquisa Vigitel Brasil 2016 da Saúde Suplementar, que envolve as pessoas que possuem planos de saúde, mais de 50% da população adulta está acima do peso, na faixa de excesso de peso e obesidade. Essa proporção vem aumentando desde 2008 passando de 46,5% para 53,7%. O mesmo ocorre com a proporção de obesos, que aumentou de 12,5% para 17,7%.
Naturalmente, tudo começa na infância. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), quatro em cada cinco crianças obesas permanecerão obesas quando adultas. A SBP alerta que todos devem estar atentos aos fatores de risco e monitorar o crescimento e desenvolvimento das crianças, buscando a alimentação saudável, ter um maior controle do tempo de tela e estimular a prática de atividade física.
É importante ressaltar que, no Brasil, apenas 10% das pessoas com obesidade e uma e porcentagem inferior a 2% dos mesmos recebem tratamento para obesidade. Assim, é muito importante que nos exames de saúde (periódicos, checkups, etc.) seja feito o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) para que o diagnóstico e permitir que as pessoas possam procurar o tratamento e a organização realizar o adequado acompanhamento. A obtenção desta informação irá permitir o direcionamento para estratégias de prevenção e tratamento precoce, reduzindo a as complicações.
Esta abordagem deve ser feita em parceria com o plano de saúde, com a área de saúde ocupacional e envolver diferentes setores como a comunicação, benefícios e de gestão predial. É importante criar ações de educação, acesso a tratamento, ambientes de trabalho que estimulem hábitos saudáveis e estratégias que evitem a estigmatização e a discriminação das pessoas obesas.
Fonte: RH pra Você – 15/08/2018