Todas as classes sociais estão procurando forma mais barata e limpa de energia para driblar aumentos constantes na conta de luz.
Com os aumentos constantes na conta de luz, a procura por energia solar, limpa e mais barata, vem se espalhando de forma mais democrática pelo Brasil.
É um novo horizonte para o uso da energia solar. De tecnologia para poucos, as placas chegaram aos telhados das periferias. São 12 em uma casa da Zona Sul de São Paulo – casa que, por causa da pandemia, também virou escritório. O Anélio levou para casa os computadores, o servidor, o ar condicionado e a conta de luz disparou: chegou a R$ 900.
“A conta praticamente passou de 100% de aumento, veio a tarifa vermelha, e foi onde que eu fui buscar alternativas para resolver essa questão”, diz o contador Anélio Dias de Oliveira.
Na ponta do lápis, o contador viu que o projeto cabia no orçamento.
“O que eu vou pagar de financiamento é praticamente o que eu pago de energia”, afirma Anélio.
“Aquele estigma que tinha de o pessoal achar que é um investimento para o pessoal de classe média, de classe média alta, esse estigma está caindo por água abaixo, então o pessoal de classe média, classe média baixa também está interessado no sistema para correr dessa conta de luz que está um absurdo”, explica o engenheiro Silvano Castro Bragante.
De placa em placa, o número de sistemas que geram energia solar no Brasil dobrou em um ano: passou de 400 mil para 800 mil em operação; 76% estão instalados nas casas, principalmente no Sudeste e no Sul do país. E tem também as usinas de geração, a maioria no Nordeste. A associação que representa o setor pensa grande.
“A solar ainda é uma parte pequena da matriz elétrica brasileira, ela representa mais ou menos 2% nas usinas de grande porte e, nos telhados, se a gente soma isso, os telhados, ela passa a ser a 5ª maior fonte do Brasil com mais ou menos 6% de participação, mas ela tem potencial para nos próximos anos crescer para se tornar a fonte número um do Brasil”, afirma Rodrigo Sauaia, presidente-executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Tudo que tem no galpão de uma empresa que comercializa geradores solares já tem dono. E parte do que está chegando da Ásia para o Brasil de navio também; 80% dos componentes são importados e a empresa diz que, se não fossem os problemas de produção na China, conseguiria vender ainda mais. Nem o dólar nas alturas atrapalhou os planos de expansão.
“O aumento na conta de energia pesa mais no bolso, então o consumidor corre para essas opções de financiamento e está instalando. O nosso planejamento com isso é dobrar a companhia já no próximo ano”, afirma Jean Vinícius Tremura, diretor comercial da Go Solar.
Para isso, as contratações já começaram. Só em um galpão serão mais 30 pessoas até dezembro. Mais 60 no ano que vem.
A Keila foi contratada para o que era mais urgente: vendas.
“Eu converso com o cliente e eu vejo a procura muito alta por energia solar, compra de equipamentos. Eles estão vindo atrás”, conta a assistente comercial Keila Evangelista.
Fonte: G1