Composição de preços, análise de riscos e aceitação baseada em experiência
As seguradoras fazem parte do mercado financeiro. Ainda que haja um propósito de estabilidade, de qualidade de vida ou ainda apoio a questões sociais, uma seguradora é investida por empresários e acionistas com expectativa de retorno financeiro.
O que garante um retorno financeiro ao logo de um período é a gestão dos riscos aceitos pela seguradora.
A aceitação dos riscos está baseada em experiência. O mercado tem uma experiência, assim como seguradora tem a sua própria, extraída de exemplos ocorridos em sua carteira. As vezes a experiência do mercado é ruim e uma determinada seguradora consegue gerir aquele risco de forma eficiente e obtém um bom resultado.
O inverso também é verdade, pois há riscos que o mercado como um todo absorve bem, mas uma situação isolada coloca uma seguradora em apuros.
Para o consumidor de seguros é um pouco confuso, porque ele entende uma recusa como “preconceito” ou um reajuste como “acima da inflação”, mas não se trata disto.
Recusas são feitas com base em análise que detectam um risco acima da média aceitável, que pode diminuir as chances de resultado positivo.
Já os reajustes são promovidos com base nas taxas de risco que são atualizadas com base nas ocorrências ou na inflação isolada do setor, como no caso dos planos de saúde que são submetidos à inflação médica.
Uma das saídas encontradas para situações de difícil colocação de riscos, é agrupá-los.
O agrupamento de riscos similares, permite estudar melhor as situações previstas , conscientizar simultaneamente o grupo das melhores práticas e gerenciar a probabilidade de sinistros X o montante de premio arrecadado para paga-los.
Além de custos, o agrupamento pode permitir flexibilizar a criação de coberturas ou ainda a aceitação de um item “estranho aos demais”, tendo em vista a possibilidade isolada de melhores resultados.
Nem sempre o agrupamento se transforma em um oásis, no entanto, é uma boa saída para operações que precisam de uma solução personalizada e com peculiaridades.
É a soma dos esforços que trará resultados, mas sem equilíbrio consciência coletiva, nada prospera quando o assunto é seguro, que depende de gestão e mutualismo.
Por Kleber de Paula – CEO do Grupo FBN