O câncer pode atingir qualquer parte do corpo, porém alguns órgãos são mais afetados do que outros. Um exemplo disso é o câncer de mama, responsável por 1 a cada 3 diagnósticos de câncer em mulheres no Brasil.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Combate ao Câncer), em 2018 foram 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil. No entanto, mais de 80% desses casos tiveram finais felizes, pois foram diagnosticados precocemente e receberam o devido tratamento.
Pode-se dizer que este resultado é uma consequência indireta das campanhas de conscientização que vem ocorrendo no país desde 2002, conhecidas como Outubro Rosa. Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA afirma: “O câncer é uma realidade e é parte da vida das pessoas. Então, é preciso falar disso”.
Histórico do Outubro Rosa no Brasil
Em 2002, um grupo de mulheres simpatizantes da causa conseguiu o apoio de uma empresa de cosméticos para iluminar de rosa o Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera) para lembrar a todos os paulistas da importância de prevenção e da detecção precoce desse tipo de câncer.
Mas foi só em 2008 que o movimento ganhou força e visibilidade nacional, quando um número significativo de organizações e empresas aderiu ao movimento e iluminaram seus prédios e monumentos em diversas cidades do país.
Objetivos do Outubro Rosa
A campanha tem como objetivo conscientizar as mulheres em torno dos 60 anos da importância da prevenção e da detecção precoce do câncer de mama, mas é um chamado a todas as mulheres, pois o cuidado com as mamas não tem idade e deve ocorrer o ano inteiro.
O Outubro Rosa está pautado nos três pilares estratégicos no controle da doença:
- prevenção primária (divulgar como reduzir o risco de câncer de mama através de hábitos saudáveis)
- diagnóstico precoce (divulgar sinais e sintomas da doença e incentivar a mulher a observar o próprio corpo)
- mamografia (informar que para mulheres de 50 a 69 anos é recomendada a realização de uma mamografia de rastreamento [exame de rotina] a cada dois anos).
Estilo de vida mais saudável x prevenção
É consenso entre os médicos e a comunidade científica que um estilo de vida saudável está associado a diminuição no risco de 20 tipos diferentes de câncer, entre eles o câncer de mama. Mas o que significa ter um estilo de vida saudável?
- Não fumar
- Não consumir álcool em excesso
- Ter uma alimentação saudável
- Praticar atividade física regularmente
- Estar dentro do peso
Muitas mulheres fazem uso de medicações hormonais (como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonais na menopausa) por um período superior a 5 anos, porém alguns estudos afirmam que o uso desregrado desses hormônios também podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Então, siga sempre a orientação médica!
Em conjunto, essas ações diminuem significativamente as chances de uma mulher desenvolver câncer de mama. No entanto, mesmo que todos esses cuidados sejam tomados, ainda existe a possibilidade do câncer de mama se manifestar.
Detecção precoce do câncer de mama
O objetivo da prevenção é reduzir as chances do câncer de mama se desenvolver, mas infelizmente nem sempre é possível evitar seu surgimento. E é neste momento que se destaca o segundo pilar da campanha: a detecção precoce.
A detecção precoce do câncer de mama consiste na realização de exames e autoexames que têm como objetivo garantir que a doença seja detectada o mais rápido possível, em sua fase inicial, possibilitando que o tratamento se inicie o mais rápido.
Para as mulheres com menos de 50 anos, o autoexame e a observação das mamas deve ser feito sempre que se sentir confortável (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano). E ao perceber alguma alteração suspeita em suas mamas, procure orientação médica.
Mamografia de rastreamento (rotina) x mamografia diagnóstica
No câncer de mama, a idade é o principal fator de risco. Então, a mamografia de rastreamento (ou de rotina) é recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. A mamografia nessa faixa etária e a periodicidade bienal são rotinas adotadas na maioria dos países que implantaram o rastreamento organizado do câncer de mama e baseiam-se na evidência científica do benefício dessa estratégia na redução da mortalidade nesse grupo.
Entretanto, quando há algum tipo de lesão (pode ser um caroço, uma ondulação, alteração na cor da pele e outras anomalias) ou suspeita de câncer de mama em qualquer idade é realizada a mamografia de diagnóstico, para investigar um possível diagnóstico, benigno ou maligno.
A luta contra o câncer de mama é o ano inteiro
As estratégias de prevenção e detecção precoce do câncer de mama tem o mesmo objetivo: reduzir a mortalidade pela doença, atuando por diferentes frentes. A primeira estimula as mulheres a adotarem hábitos saudáveis e evitarem a exposição a fatores ambientais de risco, para reduzir as chances da doença se desenvolver. Já a segunda, instiga as mulheres a descobrirem a doença cada vez mais cedo para que tenham maiores chances de cura. As duas abordagens fazem parte de frentes diferentes para o combate ao câncer de mama.
Se você possui plano de saúde, faça checkups periodicamente, converse com seu ginecologista e tire suas dúvidas. Caso não tenha convênio médico, o SUS oferece o exame de mamografia gratuitamente, mas é preciso planejar pois o tempo de espera para esse exame pode demorar.
Lembre-se: você é a protagonista da sua vida. Cuide-se!